segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vocal responde

Qual o objetivo do Vocacional Apresenta?
O Objetivo maior é que um grupo de teatro amador possa circula por 2 meses em 8 equipamentos, todas as terças. A apresentação é seguida de debate com a platéia mediada por um Artista Orientador. Essa experiência é muito interessante tanto para o grupo como para a platéia. A partir dessa experiência outros desdobramentos acontecem. O grupo descobre toda rotina de uma apresentação. Todas as dramaturgias que o teatro tem: a luz, o cenário, o texto, a produção etc.

Como é que é feito o Vocacional Apresenta?
Tem uma equipe de oito Artistas Orientadores coordenados pelo Paco Abreu. Eles se reúnem todas as quartas das 11 às 14h para analisar todos os projetos que chegam com a intenção de se apresentar no Vocacional. Os primeiros projetos pré-selecionados são divididos pela equipe. Cada Artista Orientador fica responsável por um grupo. Preferencialmente aquele que primeiro se apresentar em seu equipamento de origem. Após a pré-seleção, o Artista Orientador marca um encontro com o grupo no seu local de ensaio, para que possa haver um bate papo sobre o projeto e o grupo. E muitas figurinhas são trocadas para combinar os detalhes dali pra frente. No dia da apresentação o Artista chega junto com o grupo no equipamento, às 18h e acompanha a montagem, a apresentação e media o debate final. Os Artistas também farão relatório técnico sobre a apresentação e ensaio sobre o grupo e o espetáculo. E o grupo pode vir até orientação de uma artista do Núcleo Vocacional.

Que tipo de orientação?
Por exemplo, um grupo vai começar uma montagem e precisa de uma orientação sobre os ensaios, sobre o cenário, sobre um gênero que ele está trabalhando.

O Grupo pode se apresentar em até oito equipamentos? Como é isso?
Isso é bem legal! O grupo tem essa rica experiência de se apresentar em um teatro lotado e depois conversar com o público sobre as diversas leituras que o trabalho dele proporciona. A grande maioria da platéia está em um teatro pela primeira vez.

Como é que vocês fazem pra levar esse público iniciante ao teatro?
O fato de ser toda a terça, às 20h e de graça, atrai principalmente o morador do bairro e estudantes da rede pública, que nunca foi ao teatro, e aquele equipamento está ao lado da sua casa, ou da sua escola. E quando o debate revela que aquele grupo é feito por cidadãos como o público, aí a dimensão é maior. É uma experiência fundamental. O teatro fica muito próximo a todos ali.

E como é a rotina desse grupo?
Na grande maioria um grupo se encontra um vez por semana durante meses para montar a peça e, em geral, faz uma única apresentação. E fica lá dentro aquele gostinho de querer fazer uma temporada de mais dias e com muita gente assistindo. Um teatro cheio. Afinal o que eles fazem é para ser visto.

E todos os grupos se apresentam as oito vezes?
Não. Somente poucos. Por dificuldades do próprio grupo.Porque estudam, trabalham, as distâncias, o transito etc. Mas os que conseguem fazer a temporada cheia dos dois meses, as oito terças mambembando por essa cidade enorme é muito enriquecedor.

E qualquer grupo pode participar? É só fazer contato com o Vocacional?
Exatamente. Qualquer coletivo de teatro. O grupo da escola, do bairro, da faculdade, qualquer um. Basta ligar pro Vocacional, escrever, ir até lá. O melhor é fazer contato pelo e-mail: vocacionalapresenta@gmail.com.

E em que teatros acontecem as apresentações?
São oito teatros espalhados pela cidade. Você já imaginou um ponto bem extremo na Zona Sul? Na Zona Leste? E a avenida São João com a Ipiranga, você já foi ali? Então, o Vocacional Apresenta está em alguns desses pontos. E cada Teatro tem um Artista do Vocacional que orientada a chegada do grupo. O Grupo tem duas horas pra organizar seus figurinos, seus adereços, maquiagem, aquecer o corpo etc. São três Teatros Distritais: o Artur Azevedo, O Alfredo Mesquita e o Martins Penna. Um Centro Cultural, o da Juventude. São quatro CEUs: o Alvarenga, o Aricanduva, o Cidade Dutra e o Butantã. E no CEU Butantã tem uma programação especial voltada para experimentos de linguagem e processos de trabalhos ainda não concluídos.

E quem forma a equipe do Vocacional Apresenta? Quem são?
Roberto Moretho - CEU Alvarenga.
Ângela Barros – CEU Aricanduva.
Lilih Curi – CEU Butantã.
Teca Spera – CEU Cidade Dutra.
Paulo Faria – Centro Cultural da Juventude.
Walter Portella – Teatro Artur Azevedo.
Soraya Aguillera – Teatro Alfredo Mesquita
Eduardo Parisi – Teatro Martins Penna

Paco Abreu
Diretor teatral e mestre formado pela ECA/USP. Professor de Teatro da Faculdade Mozarteum de São Paulo, do Teatro Macunaíma e do Colégio Santo Ivo. Pesquisa o universo dos contadores de História e é orientador da Cia Rapsódias de Mil Fábulas.

Walter Portela
Ator e diretor. Iniciou no Teatro em 1977 na montagem do espetáculo “Macunaíma”, com direção de Antunes Filho, com quem trabalhou por 17 anos, participando de todo processo de trabalho no CPT (Centro de Pesquisa Teatral). Participou da fundação da Escola de Teatro INDAC. Durante anos participou do projeto Ademar Guerra de teatro.

Ângela Barros
Formada pela EAD/ECA/USP. Como atriz trabalhou com os seguintes diretores: Antunes Filho, Ulisses Cruz, Gabriel Vilella, Willian Pereira, Rodolfo G. Vasques, Renato Cohen, Sérgio Ferrara, Alexandre Reinecker, Otávio Martins, Jean-Jacques Martin. Dirigiu vários espetáculos, entre eles: “Frank V”, “Flávia, cabeça, tronco e membro”, “Não Flor, Nem Fera”, “O Diário de Anne Frank” etc.

Cris Lozano
Diretora e atriz. É artista orientadora do vocacional desde 2001. Como atriz integrou as cias Teatro da Vertigem e Balagan. Diretora da Cia La Leche – Prêmio Funarte Miriam Muniz de Montagem com o espetáculo “Luna Ciarq e Apollo 11”.
Prêmio APCA e CocaCola de direção com o espetáculo “Caixa Mágica”. APCA de Melhor Espetáculo com o “Caso da Casa”.

Roberto Moretho
Diretor, ator e professor formado pela USP, Fundarte e Macunaima. Foi bolsista da FAPESP numa pesquisa sobre máscaras, bonecos e objetos que resultou na edição do livro: “O Ator e Seus Duplos.” Atualmente dirige a Cia “O Grito” da Coop.Paulista de Teatro e desenvolve dissertação de mestrado sobre encenação teatral contemporânea na ECA- USP.

Paulo Faria
Diretor, produtor, cenógrafo e dramaturgo. Há dez anos fundou e integra a Cia Pessoal do Faroeste, onde recebeu o Prêmio Nacional Plínio Marcos de Dramaturgia, Secretaria do Estado de Cultura/2001, pelo texto “A Mulher Macaco”. Prêmio CocaCola de Melhor Direção pelo espetáculo “Um Certo Faroeste Caboclo”.

Lilih Curi
Atriz de teatro e cinema. Está a frente do Teatro das Epifanias que tem em seu currículo espetáculos de rua, infantil, adulto e perfomances.

Soraya Aguillera
Atriz, diretora e produtora. Artista orientadora do Teatro vocacional há 6 anos. Com mais de 30 espetáculos no seu currículo, nos últimos 7 anos atuou na Cia de Teatro dos Satyros.

Teca Spera
Participou da Cia Azul Celeste de S.J. do Rio Preto, onde desenvolveu estudos em circo-teatro e melodrama, recebendo por duas vezes o prêmio do mapa cultural paulista como melhor atriz. Trabalhou na produção do FIT (Festival Nacional de Teatro de S. J. Rio Preto). Em São Paulo, atua como arte-educadora desenvolvendo técnicas específicas para aplicações de jogos teatrais em empresas para a implantação de normas da qualidade.

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